Crianças pés descalços,
Sem compreensão, pés nus no chão,
Cuidado com as farpas!
Crianças recalcadas, pisam calçadas de concreto,
Sonambulas e desoladas,
Vagueiam em ruas desniveladas,
Crianças que flutuam nos morros,
Subindo e descendo em fogo aberto.
Correm rodeadas de cadeias, sem entender o correto.
Crianças abortadas pela cor, pela desigualdade, pelo não
saber da humanidade.
Crianças sem pais, sem paz, sem país.
Alvejadas, afogadas, fugindo de guerras,
E do fim incerto, que nunca acaba.
Realidade macabra, sem propósito,
Terreno inóspito, que derrama lama,
E escandaliza quem tem dó, medo,
Mas não reclama.Nilse Bernal S. Fragoso
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