Eis a guerra dentro e fora da existência.
A luta, a briga, a resistência e a teimosia para renascer.
Quando o rio seca e as nuvens não estão carregadas, não se ouve o barulho do trovão, nem pancadas de chuva, vem a inquietação. Causa horror a falta de raios e estrondos, nenhuma anunciação que sacie a indignação que impera.
Estorricadas tentativas empurram o desespero para perto, e o vento não trás frescor, o alívio não desperta.
A mansidão que só o temporal pode trazer, contradiz a expectativa e o absurdo do desejo sufocado.
Mas se o suor é líquido, pode trazer a mente a lembrança do aquífero que secou. Poços de possibilidades podem ser cavados em terras áridas, jorrando idéias que ultrapassam todos os desafios. Assim é a esperança nasce do próprio caos e da antagonia entre a lágrima, o suor e a busca que inunda a sequidão. Posso, então, recriar referências e nadar em riachos de invenção, superando o não e a desistência - esperançando o coração.
Nilse Bernal S. Fragoso
Nilse Bernal S. Fragoso
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