domingo, 10 de janeiro de 2016

O ABSTRATO DA ESPERANÇA - NILSE BERNAL S. FRAGOSO

O ABSTRATO DA ESPERANÇA



Eis a guerra dentro e fora da existência. 
A luta, a briga, a resistência e a teimosia para renascer. 
Quando o rio seca e as nuvens não estão carregadas, não se ouve o barulho do trovão, nem pancadas de chuva, vem a inquietação. Causa horror a falta de raios e estrondos, nenhuma anunciação que sacie a indignação que impera. 
Estorricadas tentativas empurram o desespero para perto, e o vento não trás frescor, o alívio não desperta. 
A mansidão que só o temporal pode trazer, contradiz a expectativa e o absurdo do desejo sufocado. 
Mas se o suor é líquido,  pode trazer a mente a lembrança do aquífero que secou. Poços de possibilidades podem ser cavados  em terras áridas, jorrando idéias que ultrapassam todos os desafios. Assim é a esperança nasce do próprio caos e da antagonia entre a lágrima, o  suor  e a busca que  inunda a sequidão. Posso, então, recriar referências e nadar em riachos de invenção, superando o não e a desistência - esperançando o coração.


Nilse Bernal S. Fragoso

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