sexta-feira, 31 de março de 2017

NILSE BERNAL DE SOUZA FRAGOSO - TRAIÇÃO

Traição

Passando pela vida, entrei por várias portas. São tantas as frestas que existem, quantas prisões e tantas viseiras escondidas. Traições sorrateiras tão pequenas, comuns do dia a dia. Atitudes abruptas impensadas e as maquinadas. O extremo do descaramento e a singeleza de um falso sorriso. A engenhosidade e o corriqueiro.
A mentira e o  estereótipo criado para o engano, debaixo dos panos, na surdina. Contudo, o julgamento é pelo que é preestabelecido, como o maior, o absoluto, na consciência inserida das pessoas. Boicotar, manipular, fingir ser, sem ser,  e se beneficiar da ingenuidade e fraqueza alheia, suavemente ou na cara dura. Trair a si mesmo seus princípios, trair nas contas, na acusação, na inverdade, ou maquiagem. Enganar com atitudes julgadas imorais, ou iludindo a troco do seu próprio ego.
Ter ciência do que é certo ou errado, sem um referencial digno, faz alguém sentir-se livre das suas culpas?
Tem uma voz lá dentro sussurrando: “não”. Porém, há a fragilidade dizendo sim. A decisão entre o amoral, imoral, criminal ou individual.
Revelar-se traidor de uma causa, entregar os outros a um cruel destino, desbotar uma vida. Sugar a alma ou a vivacidade de outros, sem escrúpulos, retirando benefícios, ou montando em suas costas. Trair é muito mais do que se é rotulado, ou do que é atribuído ao senso comum. Os apedrejadores são também traidores cegos ou muito bem atentos ao que fazem.
O coração do homem é enganoso é preciso aprender que “ todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém” .  Este é o desafio de um longo e difícil aprendizado.

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